… e mais um ano se foi, tá indo, só falta um dia… para começar… mais um … novo…
mais um ano da minha vida, mais um ano da minha caminhada, mais um ano que se me encara cheio de oportunidades, expectativas, miras, mas que, e também, mais um ano que se me depara cheio de indeterminações… ambiguidades, hesitações, interrogações, vacilações….
meu costume neste trânsito, pensar tantas vezes e quando estou sozinha … como se fosse a primeira vez… com tanta paixão… e nas horas que passam por mim … sempre perto dos derradeiros dias , não antes, daquele período que está a findar … imaginar… iludir … que vou ser feliz no ano que está prestes a brotar, sonhar com uma nova oportunidade de metamorfose, a transmutação daquilo que nunca até à data completei ou tive forças para obrar, mudanças de algo que, conjecturo, imagino , com o trânsito de um ano para o outro vou alcançar…. e afianço a mim mesma… vou neste ano que começa … reformar, vou fazer aquilo e o outro que até agora não fiz e sempre aprazei, vou preocupar-me mais comigo, vou fazer tal e tal que não tive coragem ou disposição de fazer até agora, e vou… vou.. vou… mudar (…)
e a noite vem e tocam as badaladas, dá a meia noite, e no segundo seguinte começa um novo ano, na minha vida, grito, bebo, brindo, canto, danço até à exaustão, e todos os mais “os” que possam existir, e…. no dia seguinte, quando amanhece, o mais provável é nem sequer chegar a ver o amanhecer do dia em que tudo deveria começar a mudar… estarei, provavelmente, atordoada num sono profundo, reabilitador, da noite que passou e que começou à poucos momentos pois tentei utilizar a noite até ao limite das minhas forças… no sonho que vivo…
e quando acordo… no novo ano, tudo está igual, as pessoas que me rodeiam estão iguais, reagem iguais, a casa está igual, as sombras continuam a lá estar, a carregar… carregar… não desapareceram com a entrada do novo ano, as feridas continuam doendo…nada mudou… a esperança sentida dias atrás vai-se desvanecendo… segundo a segundo… a alma continua vazia e os olhos, meus olhos, continuam cheios de desprazer… vou fazendo tudo aquilo que não queria, não quero , e pouco a pouco vou -me rendendo, afinal nada mudou…. apenas ficou a minha palavra … de mudança … mentindo a mim mesma, logo quando eu mais precisava mudar… mudar por dentro, logo nesse momento , nesse instante de princípio do ano… já não vivo … por mim … e a falta de amor… pela minha pessoa, que desprezou todas as promessas feitas num final de ano cheio de esperanças, momentos atrás, pinta o meu coração de dor, numa dor que mata por dentro, marca de sofrimento… com um nó no coração
….e assim é o meu viver .. todos os fins de ano e começos do novo …não sei porquê mas comigo é sempre assim…
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